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Alckmin encerra integração na Zona Sul e custo de passagem sobe 2.200%

Direto do portal da Rede Brasil Atual, notícia da TVT dá conta de que o governador Geraldo Alckmin encerrou a integração no Terminal Sacomã entre o Bilhete Único e os ônibus de transporte intermunicipal para a região do ABC.

São Paulo – Começou a valer a partir de domingo (2), sem prévio aviso, nova regra para a integração intermunicipal no terminal da estação Sacomã de metrô. Ontem (4), os passageiros se mostravam confusos e revoltados com os novos preços e a dinâmica para fazerem a integração. Antes, apenas com o Bilhete Único era possível fazer a integração com os ônibus intermunicipais. Agora, é necessário que o usuário do transporte público tenha também o cartão Bom, o Bilhete de Ônibus Metropolitano, que opera nas linhas de transporte coletivo dos 39 municípios da região metropolitana de São Paulo.

Até domingo, o usuário que chegasse de metrô ao Sacomã e quisesse pegar um ônibus intermunicipal só pagavam a diferença das tarifas, que variavam entre R$ 0,15 e R$1,60, dependendo do destino. Agora a passagem do ônibus tem de ser paga integralmente, um valor que varia de R$ 3,40 e R$ 5, diferença que alcança até 2.200%.

“É um absurdo, agora tenho que pagar duas conduções, é cruel”, disse Neusa Maria de Souza Felício, auxiliar de serviço, à TVT. A EMTU informou que o desconto na integração era indevido, e que foi realizada uma campanha de ampla divulgação para que os usuários soubessem das mudanças previamente.

Assista aqui à reportagem da TVT.

Alckmin mostra uma vez mais a que veio, depois de ter (à contragosto), revogado o aumento das tarifas de ônibus, dá um duro golpe na parcela mais massacrada da população. Não faz questão de esconder seu ódio contra os pobres.

Não podemos deixar passar!!! Continuaremos na luta junto com o Movimento Passe Livre contra mais essa crueldade Alckmista.

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Revogado o aumento da tarifa de ônibus, metrô e trem em São Paulo

ALCKMIN E HADDAD ANUNCIAM EM CONJUNTO A REVOGAÇÃO DO AUMENTO DA TARIFA DE ÔNIBUS, METRÔ E CPTM

Hoje, dia 19/06/2013, o governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito da cidade, Fernando Haddad (PT)  anunciaram a revogação do aumento da tarifa de ônibus, metrô e trem na cidade de São Paulo, fazendo com que a tarifa voltasse aos R$ 3,00 que eram pagos antes do dia 02/06.

PasseLivreUma vitória de toda a população que saiu nas ruas pra protestar, mas em especial, do MOVIMENTO PASSE LIVRE. Gostaria de parabenizar por todos os ativistas do movimento pelos anos de batalha para construir essa luta e, na hora das grandes manifestações, por se manterem bravamente e saberem conduzir a pauta até que a reivindicação principal fosse atendida.

Pouco antes da notícia da revogação, a Zona Sul ainda se manifestava na rua contra os aumentos. No Largo de Piraporinha, o ato começou por volta das 7h da manhã e durou, de modo intermitente, o dia todo. Ainda agora as pessoas comemoram nas ruas a revogação dos aumentos.

Em entrevista coletiva, o governador Geraldo Alckmin falou que o retorno da tarifa para R$ 3,00 representa um “sacrifício” e acrescentou que  “as empresas não tem como arcar com essa diferença” e por isso o dinheiro virá dos cofres públicos para que a mudança seja possível. Já o prefeito afirmou que “investimentos serão comprometidos” por conta disso. Ambos decidiram onerar as contas públicas para proteger o lucro dos empresários do transporte público.

O Hum Historiador apóia a luta do Movimento Passe Livre para acabar de vez com a tarifa no transporte público, já que entende ser essa uma decisão política que pode, sim, muito bem ser tomada por nossos governantes para garantir o acesso das pessoas à cidade.

TODA FORÇA AO MOVIMENTO PASSE LIVRE!!!!

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Nota de Repúdio da Frente Pró-Cotas Raciais da USP sobre o PIMESP

O Hum Historiador abre espaço para repercutir a nota de repúdio da Frente Pró-Cotas Raciais da USP sobre o Programa de Inclusão com Mérito no Ensino Superior Público Paulista (PIMESP).

Abaixo segue a nota na íntegra:

Em novembro de 2012, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, auxiliado pelos reitores das três universidades públicas do estado (USP, Unicamp e UNESP), veio à público anunciar um programa de cotas para as respectivas instituições. O projeto, denominado Programa de Inclusão com Mérito no Ensino Superior Público Paulista (PIMESP), tem como objetivo a “inclusão com mérito”, ou seja, os estudantes cotistas terão suas vagas garantidas para um college (sistema americano de ensino, em que o aluno faz um curso básico antes de escolher uma especialidade) semipresencial. Após dois anos, de acordo com a nota que obtiver, o aluno poderá escolher um curso. Consideramos que submeter a um “reforço” os alunos aprovados no vestibular pelo sistema de cotas é ilegítimo. Instituir o college seria reforçar uma discriminação negativa e acreditamos que tal “ensino à distância” isola tais estudantes em seu acesso à universidade. Dois anos de espera irão atrasar o desenvolvimento educacional e profissional dos estudantes cotistas, desestimulando sua permanência na universidade.

A ideia implícita em tal programa é a noção elitista e racista de que os estudantes cotistas seriam um entrave ao desenvolvimento da universidade caso não dotados de mesmo “conhecimento” que os estudantes não-cotistas supostamente possuem. Consideramos tal ideia ilegítima dado que pesquisas apontam que o desempenho de cotistas é igual ou superior ao dos demais estudantes e de que nenhum estudante deve ter seu conhecimento medido e reduzido às lógicas de mercado vigentes nas universidades atualmente.

Além disso, criticamos o fato de que, no PIMESP, não há desvinculação entre cotas raciais e sociais, ou seja, destinar o percentual de cotas raciais de acordo com a composição étnico-racial do estado não irá incidir sobre o total de vagas, mas dentro dos 50% de vagas destinados a estudantes de escola pública (o que reduz o percentual de cotas por critério racial, portanto). Por fim, no que diz respeito à permanência, alunos com renda familiar inferior a 1,5 salário mínimo (R$933,00) receberão uma bolsa-auxílio de R$311,00, abaixo do valor das bolsas oferecidas atualmente aos alunos, como no caso da USP, que são em torno de R$450,00.

Esse programa é uma ofensa aos anos de luta que os movimentos sociais travaram para garantir acesso e reparação à população negra e pobre. Repudiamos completamente esse programa e exigimos que a implementação de cotas seja feita em conjunto com os movimentos sociais. Há espaços criados que vem discutindo isso, como a Frente Pró-cotas Raciais do Estado de São Paulo, que tem total capacidade de criar um programa que atenda de fato à população negra. Uma das tarefas que cabem à Universidade de São Paulo é a de promover políticas significativas de inclusão e permanência da população negra e pobre. A responsabilidade social da USP é posta em xeque com a decisão unânime do STF, em 2012, de que as cotas raciais são constitucionais. A Frente Pró-cotas Raciais da USP espera que possa ser implantado um projeto de ação afirmativa que efetivamente dialogue com as reivindicações históricas do movimento negro e da esquerda.

Não aceitamos uma proposta que venha “de cima para baixo”.

Venha participar:

Ato contra o PIMESP organizado pela Frente Pró-cotas Raciais do Estado de SP

Dia 28/02. A partir das 16h, na Sé. E depois, às 18h, na Faculdade de Direito da USP.

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OUTRAS PALAVRAS: Só o PCC ameaça São Paulo?

Antônio Martins escreveu excelente artigo publicado no portal Outras Palavras sobre a atual crise de segurança pública e violência em São Paulo e a responsabilidade do Estado na onda de assassinatos que estão ocorrendo diariamente nesta megalópole.

O Hum Historiador repercute o artigo de Antônio Martins aos seus leitores por achá-lo relevante e por abordar o assunto a partir de um ponto de vista que não aparece nas principais emissoras de TV e Rádio do país.

SÓ O PCC AMEAÇA SÃO PAULO?
Por Antonio Martins, publicado originalmente no portal Outras Palavras em 06.11.2012

Breve dossiê revela: onda de assassinatos que apavora Estado foi iniciada e radicalizada pela PM. Governo Alckmin omite-se. Mídia silencia

Paraisópolis, Zona Sul, um dos bairros mais atingidos pelas ações da polícia: 37 presos (7 menores) em dois dias

I.

Ao descrever, num ensaio recente (breve em português, em Outras Palavras), a situação tormentosa vivida pela Grécia, o jornalista Paul Mason, da BBC, recorre à história da Alemanha, às portas do nazismo. Só uma sucessão de erros crassos, mostra ele, pôde permitir que Hitler chegasse ao poder. Mas havia algo sórdido por trás destes enganos. Embora não fosse conscientemente partidária do terror, a maior parte das elites alemãsdesejava o autoritarismo, pois já não conseguia tolerar o ambiente democrático da república de Weimar.

As circunstâncias são distintas: não há risco de fascismo no cenário brasileiro atual. Mas é inevitável lembrar de Mason, e de sua observação sobre a aristocracia alemã, quando se analisa a espiral de violência que atormenta São Paulo há cinco meses. Em guerra com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), parte da Polícia Militar está envolvida numa onda de assassinatos que já fez dezenas de vítimas, elevou em quase 100% o índice de homicídios no Estado e aterroriza as periferias.

Pior: a escalada foi iniciada (e é mantida e aprofundada) por integrantes da própria PM, a força que deveria garantir a segurança e o cumprimento da lei no Estado. Mas apesar de inúmeras evidências, o governo do Estado não age para refrear tal atitude. E a mídia omite, ao tratar da onda de mortes, a participação e responsabilidade evidentes da polícia. É como se tivessem interesse em manter, em São Paulo, um corpo armado, imune à lei e ao olhar da opinião pública, capaz de se impor à sociedade e diretamente subordinado a um governador cujos laços com a direita conservadora são nítidos.

Para ocultar o papel de parte da PM na avalanche de brutalidade, a mídia criou um padrão de cobertura. As mortes de autoria do PCC são noticiadas, corretamente, como assassinatos de PMs. Informa-se que o número de crimes deste tipo cresce de modo acelerado — já são 90 vítimas, este ano. Mas se associa a insegurança que passou a dominar o Estado apenas a estes atos. Também informa-se sobre parte das mortes praticadas pela PM — seria impossível escondê-las por completo. No entanto, aceita-se, sempre sem investigação jornalística algumaa versão da polícia: morreram “em confronto”, depois de terem reagido.

Este estratagema permite silenciar sobre três fatos essenciais e gravíssimos: a) parte da PM abandonou seu compromisso com a lei e a ordem pública e passou a agir à moda de um grupo criminoso, colocando em risco a população e a grande maioria dos próprios policiais, honestos e interessados em cumprir seu papel; b) diante desta subversão do papel da PM, o comando da corporação e o governo do Estado estão, ao menos, omissos; c) procura-se preservar este estado, evitando, recorrentemente, caracterizar a atitude do setor criminoso da polícia e, muito menos, puni-lo.

II.

Algumas iniciativas permitiram, nos últimos dias, começar a quebrar a cortina de silêncios e omissões. O jornalista Bob Fernandes, editor-chefe do Terra Magazine, sustentou, num comentário corajoso, em noticiário da TV Gazeta, que havia algo além do crime organizado, por trás da onda de assassinatos. “Rompeu-se um pacto entre polícia militar e PCC”, frisou Fernandes — e atribuiu a esta ruptura tanto a “guerra” entre os dois grupos como a espiral de morte que se seguiu. “Criminosos matam de um lado? Vem a resposta: alguns, quase sempre em motos, com munição de uso exclusivo de forças policiais, dão o troco e também matam.”

A fala do editor do Terra Magazine teve o mérito de romper o consenso que a mídia fabricava, até então, em torno de uma explicação inconsistente. Mas a que se referiria ele, ao mencionar, em linguagem quase enigmática, a ruptura de um pacto?

Uma das pistas, para encontrar a resposta, é seguir o fio da meada da onda criminosa. Quando ela teria começado? Por quais motivos? Entre o final de maio e o presente, os jornais estão fartos de notícias sobre os assassinatos, sempre no padrão descrito acima. Mas não é difícil encontrar um ponto de inflexão, o momento a partir do qual o cenário se transforma.

Ele situa-se precisamente em 29 de maio. Nesta data, quando ainda não adotava a confirmação sem checagem das versões da Polícia Militar, O Estado de S. Pauloregistra um massacre. Seis pessoas foram mortas pela ROTA, uma unidade da PM conhecida pela truculência. Estavam num estacionamento, próximo à favela da Taquatira, Zona Leste da capital. Foram vítimas de um comando constituído por 26 policiais. A própria PM afirmou, na ocasião, que eram integrantes do PCC. Alegou-se que estariam reunidas (num estacionamento?) para “traçar um plano de resgate de um preso”. Segundo as primeiras versões, teriam “atirado contra os policiais”. Apesar de numerosas (segundo a PM, 14 pessoas, das quais três foram capturadas e cinco fugiram), e “fortemente armadas”, nenhum soldado sequer se feriu.

Esta versão fantasiosa foi desmentida logo em seguida. Pouco depois da ação policial, um dos mortos “em confronto” seria executado a sangue frio, por parte dos PMs que haviam participado da operação. Os assassinos agiram em pleno acostamento da rodovia Ayrton Senna, e em área habitada. Uma testemunha presenciou o crime e o denunciou, enquanto acontecia, pelo telefone 190. A sensação de impunidade dos assassinos levou-os a ser fotografados pela próprias câmeras de vigilância da estrada. Nove dos 26 policiais foram presos, horas depois. Destes, seis foram soltos em dois dias. Três — apenas os que teriam praticado diretamente a execução — permaneceram detidos. Não é possível encontrar, nos jornais, informações sobre sua situação atual.

Atingido, o PCC reagiu recorrendo, embora em escala limitada, ao método que marcou sua atuação em 2006. Na região de Cidade Tiradentes, uma das mais pobres da cidade e local de moradia de um dos mortos, o grupo obrigou a população a um toque de recolher no dia do enterro do comparsa, 31 de maio. Tiveram de fechar as portas, entre outras, as escolas municipais Adoniran Barbosa e Wladimir Herzog… Mas, também repetindo o que fizera em 2006, a facção não se limitou a isso. Começaria, logo em seguida, a longa série de assassinatos de policiais militares.

No ano passado, 47 PMs paulistas foram mortos, em serviço ou suas folgas. Não é um número excepcional, para uma corporação que reúne quase 100 mil soldados, exerce atividade de risco e vive sob tensão permanente (o índice anual de suicídios é muito próximo ao das vítimas de homicídio). Em 2012, tudo mudou. Até o incidente fatídico de 29/5, haviam sido contabilizadas 29 mortes de PMs — pouco acima da média registrada no ano anterior. Entre 29/5 e 4/11, os ataques disparam. São 61 novos assassinatos, em apenas cinco meses. Há casos dramáticos: uma policial morta diante de sua filha; um garoto assassinado apenas por ser filho de policial, ocasiões em que as próprias bases da PM são atacadas. Inúmeros relatos narram a situação de pânico vivida por milhares de soldados honestos, cuja vida foi subitamente colocada em risco numa “guerra” provocada por uma minoria.

Mas aos poucos — e aqui começa um dos pontos mais obscuros de todo o episódio –, a PM parece inclinar-se em favor de sua banda violenta. Além de ter provocado o PCC à luta no final de maio, num ataque cujo caráter criminoso está demonstrado, a polícia paulista empenhou-se, nos meses seguintes, em tornar a disputa cada vez mais sangrenta e mais letal para a população civil.

Alguns episódios são emblemáticos desta tendência e da barbárie produzida por ela. Em 10 de outubro, por exemplo, um soldado de 36 anos foi executado em Taboão da Serra, oeste da Grande São Paulo. Dois homens dispararam seis tiros em seu corpo. Nas horas seguintes, no mesmo município, nove pessoas foram assassinadas. Duas delas foram vítimas da ROTA — execuções, segundo testemunhas. As sete outras, em circunstâncias nunca esclarecidas, mas muito assemelhadas às descritas por Bob Fernandes, em seu comentário recente. Poucos dias antes, na Baixada Santista, umoutro episódio, em condições muito semelhantes, deixou, em cinco dias, um rastro de quinze mortos. Em nenhum destes casos houve investigações sobre o comportamento dos policiais — nem por parte de seus pares, nem da mídia…

A esta altura é perturbador, porém inevitável, traçar um paralelo. Radicalizar ao máximo a guerra contra o PCC; afogar o “inimigo” em sangue, sem se importar com o risco de atingir a população como um todo, foi a estratégia que prevaleceu na PM em 2006, quando a força enfrentou pela primeira vez o grupo criminoso. Entre 12 e 20 de maio daquele ano, mais de 500 pessoas foram assassinadas em chacinas e execuções na capital, região metropolitana, interior e litoral de São Paulo. A grande maioria não tinha relação alguma com o PCC, como denunciam, desde então, as Mães de Maio. Adotou-se aparentemente a ideia de que deflagrar terror indiscriminado contra a população forçaria o grupo criminoso a recuar, temeroso de perder apoio de suas bases sociais.


III.

Um personagem destacado é comum aos episódios de 2006 e aos de hoje: o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Não estava diretamente à frente do Palácio dos Bandeirantes, durante a primeira rebelião do PCC (deixara o posto um mês antes, para concorrer à presidência da República). Mas havia governado o Estado nos seis anos anteriores e executara uma política de segurança considerada ao mesmo tempo brutal e ineficiente. Sua ligação com os acontecimentos ficou patente ao abandonar, de modo abrupto, uma entrevista em que jornalistas britânicos (ao contrário da grande mídia brasileira) questionaram-no sobre o ocorrido.


Apontado como membro da organização ultra-direitista Opus Dei, até mesmo por integrantes de seu partido (o PSDB), Alckmin é visto, por parte da elite brasileira, como uma liderança importante a preservar. As declarações que tem dado, desde maio, em favor das posições mais belicosas e agressivas, no interior da PM, são eloquentes.

Falta muito a apurar, na trilha tenebrosa e caótica para a qual descambou a segurança (?) pública em São Paulo, desde maio. Por que, após uma tentativa fugaz de investigar ações ilegais e criminosas de parte de seus integrantes, a PM desistiu do esforço? Que levou a imprensa — que também denunciou a truculência, num primeiro momento — a silenciar e a repetir, desde junho, uma versão insustentável? Um setor de policiais especialmente violento terá conseguido impor sua postura? De que forma estarão envolvidos o governador e a imprensa?

O certo é que, para interromper a escalada sangrenta, a sociedade precisa agir — o quanto antes.

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Massa falida da Selecta ignora ordem para retirar entulho do Pinheirinho

Matéria publicada pelo jornal O Vale, de São José dos Campos, em 18 de Fevereiro de 2012, por Beatriz Rosa e divulgada no blog PIG -Partido da Imprensa Golpista.

Funcionários da prefeitura já recolheram na área mais de oito toneladas de materiais para eliminar criadouros de dengue

Beatriz Rosa
São José dos Campos

A massa falida da empresa Selecta, proprietária do terreno do Pinheirinho, na zona sul de São José dos Campos, ignorou a determinação da prefeitura para fazer até ontem a limpeza da área de 1,3 milhão de metros quadrados.

Após a desocupação do terreno no dia 22 de janeiro pela Polícia Militar e a demolição de cerca de 1.700 moradias, a área se transformou em um depósito de entulho com alto risco de proliferação do mosquito transmissor da dengue.
A limpeza do terreno foi determinada pela prefeitura no último dia 2, mas a massa falida não retirou os entulhos até às 18h de ontem.

Nenhum representante da Selecta foi localizado para falar sobre o assunto.
Segundo a prefeitura, a massa falida será autuada na próxima quarta-feira e terá prazo de dez dias úteis para realizar o serviço ou apresentar um recurso justificando o descumprimento da ordem.

O novo prazo se esgota no dia seis de março. Após esse prazo, e persistindo a situação irregular, a empresa poderá ser multada em R$ 11 mil. Com a reincidência do problema, o valor da multa poderá dobrar.

Dengue.

O alto risco do local, levou equipes do Centro de Controle de Zoonoses a realizar vistorias diárias no local.
Por seis dias, cerca de 40 agentes recolheram mais de oito toneladas de entulhos considerados potenciais criadouros do mosquito entre os escombros do Pinheirinho.

Segundo o coordenador do departamento de políticas da Saúde, Marcelo da Silva Gasch, a ação foi necessária para eliminar possíveis criadouros.

“Foi uma primeira ação para retirar materiais de maior risco como caixas de água, vasos sanitários, pneus, latas e recipientes plásticos”, disse.

Um caminhão deve retornar ao terreno hoje para recolher mais materiais no terreno.

Etapas.

Segundo Gasch, a próxima etapa será a aplicação de larvicidas em potenciais criadouros espalhados pelo terreno, seguido da nebulização da área (agentes com jatos de inseticida) e do fumacê, em parceria com a Secretaria de Serviços Municipais.

Segundo ele, o larvicida combate a larva do mosquito, já a nebulização e o fumacê serão usados no combate ao mosquito.
A ação deve ser iniciada após o Carnaval e ser concluída em uma semana.

Durante a ação no terreno, os agentes recolheram 68 amostras de larvas nos criadouros, 19 delas eram do mosquito Aedes Aegypti.
Após a constatação dos focos de dengue, a área do Pinheirinho foi incluída entre os pontos estratégicos de risco para o controle do mosquito. Vistorias semanais devem ser realizadas no local.

“O local já está bem mais seguro com a retirada dos criadouros potenciais e está tudo dentro da normalidade. Mas os trabalhos irão continuar”, disse Gash.

São José registrou nove casos de dengue nesse ano –cinco importados e quatro contraídas no município.
Em 2011, o número chegou a 2.000 casos, a maioria deles nas regiões sul e leste.

Prefeitura desativa mais um abrigo na zona sul
São José dos Campos

A Prefeitura de São José dos Campos fechou ontem o abrigo do ginásio de esportes Ubiratan, no Dom Pedro 2º. Das 35 famílias que estavam alojadas no local, cinco foram transferidas para o Centro Esportivo Vale do Sol e outras 30 se mudaram para casas alugadas ou de amigos e parentes.

Foi o segundo abrigo fechado pela prefeitura. O primeiro deles, a escola Dom Pedro de Alcantara, conhecida como Caic Dom Pedro, foi desativada no dia 10. As 43 famílias que estavam no local foram direcionadas para outros abrigos.

A prefeitura mantém agora dois abrigos em funcionamento no Morumbi e Vale do Sol, com cerca de 70 famílias.
O governo afirma que as famílias irão continuar recebendo apoio do governo pelo tempo que for necessário.

Funcionários da Prefeitura continuam ajudando as famílias, com orientação e transporte, na busca de imóveis para aluguel em todas as regiões da cidade.

O advogado dos sem-teto, Antonio Donizete Ferreira, o Toninho, visitou ontem os abrigos e reclamou das condições dos locais.
Segundo ele, as famílias reclamam da falta de leite.

“Eles estão forçando as famílias a deixarem os abrigos. Os sindicatos estão doando materiais de limpeza e higiene para as famílias”, disse.

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Manifestação pró-Pinheirinho na Catedral da Sé

No aniversário de 458 anos da cidade de São Paulo, fiz parte de um grupo de manifestantes que se organizou para realizar um ato em solidariedade aos moradores do bairro do Pinheirinho, em São José dos Campos. O ato começou as 08h30 da manhã, em frente a Praça da Sé e se prolongou até o meio da tarde, onde foi encerrado na região conhecida como Cracolândia, nas proximidades da Luz.

A concentração se iniciou logo pela manhã, em frente a Catedral da Sé, onde o prefeito Gilberto Kassab e outras autoridades (os pré-candidatos à prefeitura de São Paulo, Andrea Matarazzo e Gabriel Chalitta, dentre estes) estariam assistindo à missa de comemoração do aniversário da cidade de São Paulo. Infelizmente  a autoridade mais esperada, o governador Geraldo Alckmin, desistiu de assistir à missa e se dirigiu direto á prefeitura, onde participaria de cerimônias referentes à celebração do aniversário da cidade.

Estimo que aproximadamente mil pessoas se concentravam diante das escadarias da igreja, quando foi decidido que antes do prefeito sair, deveríamos dar um abraço na Catedral com o objetivo de evitar que Kassab saísse por uma das portas laterais ou dos fundos sem que pudéssemos dar a nossa mensagem de repúdio à política de higienização que ele vem tocando no centro da cidade, com a brutal repressão aos usuários de crack da região da Cracolândia. O abraço foi dado como planejado e o grupo ficou à espera da saída do prefeito.

Clima de tensão no ar e uma primeira tentativa do prefeito sair pelos fundos da igreja foi logo abortada, quando manifestantes começaram a gritar e hostilizá-lo, fechando o caminho por onde ele passaria. Minutos depois, um carro oficial foi colocado próximo à saída dos fundos da igreja. Policiais Militares, Guarda Civil Metropolitana e muitos seguranças pessoais tentaram fazer um cordão de isolamento para que o prefeito voltasse a sair da catedral. Debaixo de muitas vaias, gritos de assassino e outros insultos, Kassab foi saindo rapidamente, até que foi surpreendido com ovos que iam sendo atirados pelos manifestantes em sua direção. Apressou o passo e alguns manifestantes mais exaltados tentavam se aproximar, entrando em confronto com os policiais e seguranças. Assim que o prefeito entrou no carro, a polícia usou sprays de pimenta e bombas de efeito moral para dispersar os manifestantes.

O vídeo abaixo dá uma boa ideia da descrição que acabo de fazer.

Após a saída do prefeito, o grupo voltou a se concentrar em frente a Igreja e, alguns minutos depois, partiu em uma marcha em direção a sede da Prefeitura, passando diante do Páteo do Colégio, marco de fundação da cidade.

A marcha ia avançando pelo centro da cidade e cantávamos algumas canções de protesto, bradávamos palavras de ordem e exibíamos nossos cartazes e bandeiras à todos até chegarmos à prefeitura, onde voltamos a nos concentrar. Ali, prefeito, governador e presidenta da república estavam reunidos, junto com outros convidados de honra, como Fernando Henrique Cardoso, para diversas cerimônias de comemoração do aniversário da cidade e premiação dessas autoridades. Havia um cordão de isolamento e muitos policiais militares protegendo a entrada do edifício. Do lado de fora nos manifestávamos com nossas bandeiras e cartazes. No carro de som várias pessoas se inscreviam para falar e a todo momento davam sua solidariedade aos moradores de Pinheirinho e criticavam a política de apoio a especuladores e violência policial, tanto do Estado de São Paulo, quanto do município. Denúncias, informes e muito barulho para incomodar nossos governantes e também nos fazer notar.

Passadas algumas horas de manifestação, nova marcha pelo centro da cidade, agora saindo da sede da prefeitura e caminhando em direção à região da Cracolândia, na Luz. Esta parte final da manifestação era em apoio às pessoas que foram violentamente retiradas daquela região, como parte de uma política totalmente equivocada da prefeitura de São Paulo que entende que a melhor maneira de tratar os viciados em crack é através do uso da polícia e não de um programa de saúde pública.

Debaixo do sol, a caminhada foi longa e conforme andávamos recebíamos o apoio das pessoas nas ruas e, também, de muitos moradores de prédios que saíam às janelas e acenavam para a marcha. Na famosa esquina da Av. Ipiranga com a São João, fomos saudados por diversos moradores que ocupam prédios abandonados naquela região e que, como podemos imaginar, brevemente também serão vítimas da violência policial nas ações de reintegração de posse que não tardaram a ocorrer. Chegando à Rua Helvétia, famosa por concentrar os viciados em crack, a marcha se deteve e depois de mais alguns discursos, a manifestação foi dada como encerrada.

De maneira geral, entendo que a manifestação foi bem sucedida uma vez que conseguiu chamar a atenção da grande mídia e mostrar com bastante firmeza que parte da população não concorda com a maneira como governo do Estado e do Município tem se posicionado diante de diferentes casos: USP, Cracolândia e Pinheirinho.

Eu, pessoalmente, fiquei bastante feliz de poder participar e manifestar meu total apoio ao Pinheirinho e demais causas. Mais feliz ainda em exibir me cartaz de repúdio ao governo do PSDB que, durante os quase 20 anos em que estão no poder, transformou São Paulo em um verdadeiro Estado do Tucanistão.

FOTOS TIRADAS DURANTE A MANIFESTAÇÃO:

Abaixo algumas fotos tiradas pelo autor do blog e seu amigo durante a manifestação:

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